quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

SAAC - O que são?

Sistema Alternativo e Aumentativo de Comunicação


Define-se por um conjunto integrado de técnicas, ajudas, estratégias e capacidades que a pessoa com dificuldades de comunicação usa para comunicar. Os sistemas de SAAC podem ser divididos em dois grandes grupos: os sistemas sem ajuda e os sistemas com ajuda. Os sistemas sem ajuda são aqueles que, não requerem o uso de qualquer objecto ou dispositivo físico. Os movimentos da cara, da cabeça, das mãos, dos braços e doutras partes do corpo são os únicos mecanismos físicos para a transmissão das mensagens. Os sistemas com ajuda requerem algum tipo de assistência externa, equipamentos ou materiais para que possa ter lugar a comunicação. Pode necessitar de uma caneta, papel e lápis, livros, quadros de comunicação ou um computador. Estes sistemas possuem um vasto conjunto de símbolos, sinais, gestos, imagens, que podem ser usados para comunicar, e para compreender melhor os outros. No caso dos autistas, a sua maior dificuldade está no domínio da interacção e comunicação por isso necessitam de uma linguagem alternativa permanente, por este motivo se recorre a tecnologias de apoio aplicadas à comunicação o SAAC.

Adaptado de:
http://www.umic.pt/images/stories/exemplos_inclusaodigital.pdf
http://anditec.pt/acessibilidade-digital/comunicacao-aum.html

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Mito: os autistas têm mundo próprio.
A Verdade: os autistas têm dificuldades de comunicação, mas mundo próprio de jeito nenhum. O duro é que se comunicar é difícil para eles, nós não entendemos, acaba nossa paciência e os conflitos vêm. Ensiná-los a se comunicar pode ser difícil, mas acaba com estes conflitos.
O Mito: Os autistas são super inteligentes.
A Verdade: assim como as pessoas normais, os autistas tem variações de inteligência se comparados um ao outro. É muito comum apresentarem níveis de retardo mental.
O Mito: os autistas não gostam de carinho.
A Verdade: todos gostam de carinho, com os autistas não é diferente. Acontece que alguns têm dificuldades com relação a sensação tátil, podem sentir-se sufocados com um abraço por exemplo. Nestes casos deve-se ir aos poucos, querer um abraço eles querem, a questão é entender as sensações. Procure avisar antes que vai abraça-lo, prepare-o primeiro por assim dizer. Com o tempo esta fase será dispensada. O carinho faz bem para eles como faz para nós.
O Mito: Os autistas gostam de ficar sozinhos.
A Verdade: os autistas gostam de estar com os outros, principalmente se sentir-se bem com as pessoas, mesmo que não participem, gostam de estar perto dos outros. Podem as vezes estranhar quando o barulho for excessivo, ou gritar em sinal de satisfação, quando seus gritos não são compreendidos, muitas vezes pensamos que não estão gostando. Tente interpretar seus gritos.
O Mito: Eles são assim por causa da mãe ou porque não são amados.
A Verdade: o autismo é um distúrbio neurológico, pode acontecer em qualquer família, religião etc. A maior parte das famílias em todo o mundo tendem a mimá-los e superprotegê-los, são muito amados, a teoria da mãe geladeira foi criada por ignorância, no início do século passado e foi por terra pouco tempo depois. É um absurdo sem nexo.
O Mito: os autistas não gostam das pessoas.
A Verdade: os autistas amam sim, só que nem sempre sabem demonstrar isto. Os problemas e dificuldades de comunicação deles os impedem de ser tão carinhosos ou expressivos, mas acredite que mesmo quietinho, no canto deles, eles amam sim, sentem sim, até mais que os outros.
O Mito: os autistas não entendem nada do que está acontecendo.
A Verdade: os autistas podem estar entendendo sim, nossa medida de entendimento se dá pela fala, logo se a pessoa não fala, acreditamos não estar entendendo, mas assim como qualquer criança que achamos não estar prestando atenção, não estar entendendo, de repente a criança vem com uma tirada qualquer e vemos que ela não perdeu nada do que se falou, o autista só tem a desvantagem de não poder falar. Pense bem antes de falar algo perto deles.
O Mito: O certo é interná-lo, afinal numa instituição saberão como cuidá-lo.
A Verdade: Toda a criança precisa do amor de sua família, a instituição pode ter terapeutas, médicos, mas o autista precisa de mais do que isto, precisa de amor, de todo o amor que uma família pode dar, as terapias fazem parte, uma mãe, um pai ou alguém levá-lo e trazê-lo também.
O Mito: Ele grita, esperneia porque é mal educado.
A Verdade: o autista não sabe se comunicar, tem medos, tem dificuldades com o novo, prefere a segurança da rotina, então um caminho novo, a saída de um brinquedo leva-os a tentar uma desesperada comunicação, e usam a que sabem melhor, gritar e espernear. Nós sabemos que isto não é certo, mas nos irritamos, nos preocupamos com olhares dos outros, as vezes até ouvimos aqueles que dizem que a criança precisa apanhar, mas nada disto é necessário, se desse certo bater, todo o burro viraria doutor! Esta fase de gritar e espernear passa, é duro, mas passa. Mesmo que pareça que ele não entenda, diga antes de sair que vai por ali, por aqui etc. e seja firme em suas decisões. Não ligue para os olhares dos outros, você tem mais o que fazer. Não bata na criança , isto não ajudará em nada, nem a você e nem a ele. Diga com firmeza que precisa ir embora por exemplo, e mantenha-se firme por fora, por mais difícil que seja. Esta fase passa, eles precisarão ser a firmeza do outro.
Citado de:
http://www.bengalalegal.com/autismo.php
“O Bruno comunica bem connosco e fala. A alcolália está lá. Conseguimos que a pratique cada vez menos, mas existe sempre. Nas conversações costuma ir directo às últimas palavras da frase, mas cada vez fala melhor e conseguimos percebê-lo e conversar com ele. Procura fugir ao tema, quando está concentrado nos seus afazeres diferentes... e com paciência chamamo-lo e ele responde.Um dia descobrimos que sabia decor as músicas que tocavam no CD do carro. Depois descobrimos que sabia todos os CD! Como descobrimos? A mãe estava a cantar na cozinha e parou, e o Bruno continuou. Ela chamou-me e começámos a cantar outras e ele terminava... Sim, ele fixou-as!”

Citado de:
aromasdeportugal.blogspot.com/2008/01/autismo-comunicao.html

“A Carina é uma jovem de 14 anos com autismo. Usa vários signos e algumas palavras. Está sentada junto do educador, que vai apontando vários objectos, ao mesmo tempo que diz “O que é isto?”, enquanto executa o signo O QUÊ. A Carina tem que ir executando os signos gestuais correspondentes aos objectos assinalados pelo educador, que lhe presta ajuda quando é necessário.”
“ A Tânia é uma criança de 6 anos com autismo. O seu principal interesse é correr pelos corredores da escola. Por esse motivo, o primeiro signo gestual que aprendeu foi CORRER. Quando a Tânia corria para a porta, para ir para o corredor, faziam-na parar e ajudavam-na a executar o símbolo com as mãos antes de sair da sala. Deram-lhe muitas oportunidades de praticar e o signo foi usado espontaneamente logo no primeiro dia. O ensino continuava no ginásio com os signos SALTAR e TREPAR (Steindal, 1990)”.

Citado de:
Tetzcher, Stephen, Martinsen, Harald, Introdução à comunicação aumentativa e alternativa, Porto Editora 2000

PECS (Picture Exchange Communication System)

- Sistema de Comunicação por Figuras -



O PECS foi desenvolvido nos E.U.A. por Andrew Bondy e Lori Frost em 1994, com o objectivo de ajudar as crianças com autismo a comunicar com os outros de uma forma mais acessível, socialmente aceitável. Foi ainda pensado no sentido de ser de fácil aprendizagem também para os pais e outras pessoas que interagissem com estas crianças, propiciando a integração social das mesmas, promovendo a sua autonomia e a utilização de um comportamento verbal de um modo alternativo e rápido.
Inicialmente desenvolvido para crianças em idade pré-escolar com autismo, é actualmente usado por crianças e adultos com outros diagnósticos que apresentem igualmente dificuldades na comunicação. Tem sido demonstrado que a utilização de sistemas de comunicação baseados em imagens é proveitosa para indivíduos com PEA (Perturbações do espectro do autismo), uma vez que estes revelam uma boa capacidade a nível visuo-espacial.
Este sistema de comunicação está desenvolvido em 6 fases (Marisa Machado). As três primeiras têm como principal objectivo que a intenção comunicativa parta da criança e que esta entenda que, para ter um objecto, necessita de entregar à educadora a imagem correspondente, recebendo, em troca, o objecto pretendido ou uma imagem que a ele corresponde. Nestas fases, a troca é totalmente assistida, no entanto, o professor não deve perguntar à criança o que ela quer, não deve pedir que pegue na imagem, não deve dizer nada até que a criança ponha a imagem na mão aberta do professor, o feedback positivo deve ser dado apenas quando a criança lhe entrega uma imagem.
Nas três últimas fases, a criança já deverá conseguir construir frases a partir das imagens que estão no caderno e que são coladas numa “tira de frase”, posteriormente entregue pela criança ao seu interlocutor. À medida que a criança vai avançando nestas últimas fazes, o objecto requerido já não se encontra, necessariamente, presente e são-lhe feitas diferentes perguntas: “O que queres?”, “O que vês?” e “O que tens?”.
Estas fases vão sofrendo um processo de complexificação, no decorrer do qual é aumentado o vocabulário da criança.
Nem todas as crianças conseguem atingir a última fase deste sistema, sendo no entanto positivo o facto de aumentar a vontade da criança de comunicar, bem como a sua capacidade para o fazer, permitindo à criança ser compreendida pelo outro.
As imagens utilizadas neste sistema podem ser fotos dos objectos verdadeiros ou retiradas do programa Boardmaker, um programa que constitui uma biblioteca de símbolos em suporte informático, que permite criar, por exemplo, tabelas de comunicação.
Muitas crianças acabam por desenvolver a fala como efeito colateral da utilização deste método.


Adaptado de:
http://umolhardiferente-to.webs.com/tecnologiasdeapoio.htm
http://deficienteciente.blogspot.com/2009/11/facilitando-comunicacao-para-autistas_20-html
http://www.autistas.org/pecs.html

Algumas Fases do PECS

Fase 1

http://www.youtube.com/watch?v=ZP48lxnNdHM

Fase 2

http://www.youtube.com/watch?v=tr3lQXNEcps

Fase 6

http://www.youtube.com/watch?v=8rGZLmgUYx4

Nota: As fases intermédias não são mais do que uma evolução que leva até à última fase, isto é, à fase VI que pode ser visulaizada no link acima escrito.



Metodologias & Tecnologias


Existem diversas metodologias de trabalho com crianças com autismo, as quais utilizam diversas tecnologias para comunicar com estas crianças.
Gostaríamos de salientar no nosso blog duas das metodologias mais utilizadas, tendo ambas um cariz comportamentalista, são elas: Metodologia TEACH e Método do ABA.
Abaixo indicamos links de interesse para cada uma delas.

Método ABA
* www.centroaba.com

Metodologia TEACH
* www.autistas.org/metodos_educacionais.htm
*
www.carlagikovate.com.br/index.../Page790.htm

Caderno Pecs


É constituído, geralmente, por um dossiê no qual são inseridas folhas (plastificadas de preferência) nas quais estão coladas diversas tiras de velcro. É nestas tiras que são colocadas as imagens (preferencialmente plastificadas de modo a tornarem-se mais resistentes) que as crianças utilizarão para comunicar. No verso destas imagens, estará um pedaço de velcro possível de aderir as tiras que se encontram nas folhas do caderno. Na parte inferior do mesmo, existe uma “tira de frase” na qual as crianças, a partir da quarta fase do processo, deverão colar as imagens com as quais pretendem formar uma frase. Esta tira é removível para que a criança a possa entregar ao seu interlocutor.
É importante referir que o dossiê, as folhas e a tira de frase deverão ser coloridos, de modo a facilitar a distinção figura-fundo através da produção de um maior contraste com as imagens e da tira de frase com o dossiê. As imagens poderão ser, também, fotografias.
Em todo o material PECS se utiliza o velcro para que se possa alterar com facilidade e repetidas vezes a ordem das imagens sem que o material se danifique.







Robô para ensinar autistas a comunicar
- Kaspar -



Investigadores britânicos da Universidade de Hertfordshire estão a desenvolver um robô para ajudar as crianças autistas a comunicar e estão convencidos de que é uma mais valia para a aprendizagem destas crianças. Uma primeira versão do “Kaspar” (nome do robô) já está a ser usada em algumas escolas inglesas mas o novo modelo vai ganhar um revestimento parecido com pele humana e sensores, uma inovação que o ajudará a interagir com os mais pequenos, garantem os responsáveis pelo projecto. Kaspar é um robô com o tamanho e o aspecto de uma criança, financiado pela União Europeia, a razão da sua existência são exclusivamente as crianças autistas, tendo sido criado para encorajar o desenvolvimento de competências sociais e de comunicação em autistas, já que estas são as principais dificuldades das pessoas afectadas por esta perturbação do comportamento. A equipa britânica na nova versão do kaspar vai cobri-lo com pele artificial e desenvolver tecnologias que permita ao robô interpretar e responder a estímulos tácteis. O objectivo é fazer com que ele consiga responder às crianças de forma a encorajar comportamentos "socialmente apropriados" e desencorajar os outros. Ou seja, o novo Kaspar vai ser capaz de perceber se a criança está a ser muito agressiva e reagir de forma adequada. Perante esta inovação tecnológica foi pertinente saber a opinião de especialistas portugueses, tais como o psicólogo Edgar Pereira e o neuropediatra Nuno Lobo Antunes. Para o psicólogo Edgar Pereira, o recurso a sistemas altamente informatizados que tentam aproximar-se ao comportamento humano mas que são mais previsíveis e mais exactos pode ser importante e positivo no trabalho com crianças autistas. Isto porque permitem simular aspectos específicos, como a expressão de emoções básicas, sempre que se pretenda, permitindo multiplicar as oportunidades de aprendizagem. "É um facilitador, mas o objectivo final é que depois as crianças sejam capazes de transpor esse conhecimento para a interacção com pessoas, que são sempre mais complexas", explica o director pedagógico da secção de Lisboa da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo. Para o neuropediatra Nuno Lobo Antunes, “Um projecto deste tipo só tem interesse se a criança conseguir transpor o que aprende com as máquinas para a sua interacção com pessoas, o que pode ser difícil dada a subtileza das emoções humanas. Além disso, o especialista considera que há muitas técnicas para treinar competências sociais, a maior parte muito mais barata”.

Adaptação e Citações de:
http://www.invirtus.net/in/story.php?title=um-rob%F4-para-ensinar-autistas-a-comunicar


O autismo e a comunicação com os outros



Ser autista altera totalmente a forma como se vê e experiência o mundo. Um autista não interpreta as coisas nem os sentimentos como nós, é muito complicado para uma criança autista relacionar-se com outras ou expressar-se através de palavras, uma vez que se isola no seu próprio mundo e precisa de ajuda para comunicar. O autismo provoca diferentes reacções, que normalmente chamam a atenção, por serem pouco comuns. Um som que, para nós, é tão vulgar pode atordoar um autista, como por exemplo uma campainha ou outros sons do quotidiano, ao ponto de os levar a tapar os ouvidos ou ficarem muito agitados. Outra reacção é a sensação de serem tocados ou agarrados, pode ser muito desconfortável para eles. As pessoas com autismo têm dificuldade ou, simplesmente, não conseguem associar coisas. Quando alguém sorri para nós, sabemos que essa pessoa está feliz ou está a ser simpática, ora para um autista a dificuldade em associar o sorriso a um estado emocional da pessoa é muito difícil. O mesmo acontece com o uso das palavras, um autista tem dificuldade em relacionar as palavras com o seu próprio significado, é muito frustrante para uma pessoa autista tentar dizer qualquer coisa e não encontrar as palavras certas para o fazer. Esta situação leva a que, muitas vezes, os autistas tenham variações de humor, e contribui também a que se fechem no seu mundo, isolando-se. O nosso cérebro está, permanentemente, a interpretar sons, cheiros, imagens, sensações, tudo isto provem dos nossos cinco sentidos sensoriais. Quando o cérebro não consegue interpretar essas sensações, haverá maior dificuldade em andar, falar, relacionar-se com os outros ou fazer coisas que para nós são tão banais. Este é o caso dos autistas, por isso se diz muitas vezes que vivem num mundo á parte, num mundo só deles, isto porque não conseguem compreender o mundo que os rodeia. Para as crianças com autismo a comunicação oral é provavelmente a forma mais difícil de comunicar (estima-se que cerca de 50% dos autistas não conseguem desenvolver a linguagem verbal), por isso, existem outras formas de comunicação possíveis a utilizar com estas pessoas especiais, sendo a mais comum, a utilização de símbolos. Aprender a falar pode ser complicado para as crianças autistas, mas não é impossível. Uma grande parte das crianças autistas percebem melhor as palavras quando as vêem escritas, por isso os terapeutas ensinam-nas a comunicar com a ajuda de imagens ou mesmo com linguagem gestual. Esta língua gestual não é igual à utilizada com os surdos, esta consiste em gestos, uns mais simples outros mais complexos, como apontar. Esta técnica ajuda as crianças a desenvolver a sua capacidade de comunicação, bem como de aprender coisas novas e muitas acabam mesmo por aprender a falar.

Adaptado de:
http://umoutroolharsobreacomunicacao.blog.sapo.pt/4669.html


O que é o autismo?

O autismo foi identificado cientificamente pela primeira vez no artigo “Austitic Disturbances of afective contact” escrito pelo austríaco Leo Kanner em 1943.
Segundo Lorna Wing, as perturbações do autismo manifestam-se, essencialmente, em três domínios: social, linguagem e comunicação, pensamento e comportamento.
A comunicação e linguagem pobres são características do autismo (cerca de 50% dos adultos com autismo não tem linguagem funcional) bem como um reportório reduzido de gestos que utilizam para atingir determinado objectivo.
O problema dos autistas reside, sobretudo, no facto de ter dificuldade em partilhar contextos, mais do que no relacionamento humano.
Estas crianças revelam, frequentemente, um atraso no desenvolvimento da linguagem sendo que as suas competências linguísticas podem variar muito: muitas não utilizam a fala nem possuem qualquer compreensão da linguagem, outras conseguem falar, ter uma boa compreensão e conseguem adquirir um vocabulário extenso, uma sintaxe relativamente normal, chegando a conseguir expressar os seus sentimentos e pensamentos.
Quando começam a falar, a maioria destas crianças apresenta muita ecolália, repetindo palavras e frases fora do contexto, e, mesmo aquelas que, mais tarde, conseguem uma relativa autonomia na linguagem, não só não tomam a iniciativa de comunicar, como, ainda, falam produzindo monólogos, não levando em consideração o que os outros dizem ou levando o seu diálogo demasiado “ à letra”.
Os pais de crianças autistas têm dificuldade em comunicar com os seus filhos, pois estes têm em menor escala os comportamentos apresentados pelas restantes crianças, através dos quais estas iniciam a sua comunicação com os pais.
Estas crianças necessitam de rotinas muito estruturadas, surgindo reacções negativas quando estas são alteradas.
Considerando todas as dificuldades de comunicação e desenvolvimento de linguagem que as crianças com autismo têm, e tendo em conta a possibilidade destas nunca virem a utilizar a fala para comunicar, torna-se necessária a utilização de formas de comunicação alternativa. Se tivermos em conta que muitas destas crianças nunca conseguirão desenvolver a linguagem, a sua principal forma de comunicação será feita através de signos gestuais, escrita, símbolos gráficos ou imagens.
Como pudemos ver pela descrição efectuada no texto, as pessoas com autismo são muito diferentes entre si, têm características diferentes, dificuldades/capacidades diferentes e nem mesmo as características principais do autismo se encontram presentes em todas elas. É, então necessário que o trabalho com estas pessoas não seja baseado num modelo único, mas antes multifacetado e individualizado, indo de encontro às necessidades de cada um, segundo as suas características individuais.

Referência:
Tetzcher, Stephen, Martinsen, Harald, Introdução à comunicação aumentativa e alternativa, Porto Editora 2000


Características mais comuns nas crianças com Perturbações no Espectro do Autismo:


* Tem dificuldade em estabelecer contacto com os olhos;

* Parece surdo, apesar de não o ser;

* Pode começar a desenvolver a linguagem mas repentinamente ela é completamente interrompida;

* Age como se não tomasse conhecimento do que acontece com os outros;

* Por vezes ataca e fere outras pessoas mesmo que não existam motivos para isso;

* Costuma estar inacessível perante as tentativas de comunicação das outras pessoas;

* Não explora o ambiente e as novidades e costuma restringir-se e fixar-se em poucas coisas;

* Apresenta certos gestos repetitivos e sem motivo como balançar as mãos ou balançar-se;

* Cheira, morde ou lambe os brinquedos e ou roupas;

* Mostra-se insensível aos ferimentos podendo inclusive ferir-se intencionalmente.

Adaptado de:

http://geracaoxupeta.blogspot.com/2009/12/intervencao-precoce.html